Introdução à arqueologia brasileira – etnografia e história

à beira das vertentes, das lagunas e dos rios; das enseadas e do mar, nos lugares onde as águas, confundindo-se, misturando os seus elementos potamográficos, permitiram muito cedo o desenvolvimento da vida, facultando ao primata, como recurso fácil de nutrição, o molusco, o peixe, o berbigão, enquanto o meio ambiente lhe facilitava a edificação aquático-vegetal dos palafitas.

No Brasil, precisamente, o homem surgira ao fim do período terciário para o quaternário, segundo as afirmações, que não se comprovaram, de Lund, Broca, Morton, Agassiz, Ameghino, Roth, etc. Geólogos, paleontólogos, e também outros naturalistas, através de esgotantes trabalhos de análise dos elementos fornecidos pelo solo, pelas plantas, pelas cavernas do país, chegaram a conclusão de que muito cedo as matas do litoral e os chapadões foram habitados por homens que, diferentes do indígena encontrado pelo europeu, contudo deviam ser, como presume Ehrenreich, referindo-se aos achados da Lagoa Santa, descobertos por Lund, o seu mais próximo avô. Se outros têm querido verificar por aqui a passagem do homem antediluviano, sem que a documentação científica o confirme, não se pode negar que vestígios certos ocorrem quanto a existência, em nossa terra, de um homem que não era precisamente aquele que o navegador português conheceu. Sua passagem assinala-se por diferentes lugares e deve-se, exclusivamente, o podermos hoje tentar uma reunião de elementos capazes de formar a classificação das zonas por onde ele andou, a contribuição reunida em século e meio pelo esforço de naturalistas, que tudo fizeram

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