História militar do Brasil

hoste ou mesnada medieval, como essa fora sucessora da formidável legião romana, por sua vez herdeira da falange greco-macedônica. O terço tinha dez companhias de cem homens cada uma, comandadas por capitães, que, em parada, como os das companhias atuais, iam, em fileira, à frente, seguidos de dez pajens levando sobre almofadas de veludo seus capacetes emplumados. Formação militar eminentemente peninsular criada pelo grande capitão espanhol Gonçalo de Córdova. Governava o terço um mestre de campo, auxiliado por um sargento-mor e por um ajudante. As primeiras companhias eram armadas de chuços e chifarotes; seus oficiais inferiores tinham espadas. As últimas carregavam mosquetes e seus sargentos e cabos, piques ou alabardas. Todos os oficiais subalternos e superiores traziam bastões de comando.

Em 1629, quando Matias de Albuquerque chegou ao Recife, encontrou para defender a capital ameaçada pelos holandeses somente 130 homens. Imagine-se, pois, o valor dos chefes dessa época que escreveram a epopeia da guerra holandesa coroada pelas esplêndidas vitórias das Tabocas e dos Guararapes. Nelas muito se distinguiram as célebres "companhias de assalto". Como nessa campanha Henrique Dias se tivesse coberto de glória a frente de seu terço de pretos, durante mais ou menos dois séculos, existiu no Exército do Brasil uma formosa tradição: terços e, depois, regimentos, em Pernambuco, na Bahia, no Rio, em Minas, de caçadores a pé das milícias, com fardas brancas paramentadas de vermelho, compostos unicamente de negros e intitulados Henriques

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