Cotegipe e seu tempo. 1ª fase: 1815-1867

com quatro asas esculpidas e seu "coco" maravilhoso, peças então avaliadas em 12:000$000. O banheiro, também de prata, surgia de entre cortinas de vermelho damasco. E grandes argênteos relógios levantavam-se como monumentos entre jarras e lustres, em salas cheias de estofos, cortinas, tapetes, tartarugas, charões e madrepérolas.

O grande baile é dado no edifício da Associação Comercial — um belo palácio que vinha ainda da colônia, construído ao tempo do governo do Conde dos Arcos, naqueles mesmos salões onde Tollenare vira dançar em 1817 uma sociedade que tanto gabou nas suas "Notas Dominicais".(1) Nota do Autor

Paranhos previra, entre as graças e mercês que a baianos seriam, após a viagem imperial, distribuídas, algum título para Wanderley: "breve aí terá a nossa Imperial Corte. Eu fico esperando o momento agradável de saudar o Sr. Barão de Campo Largo, desde o humilde tugúrio em que continuo a viver".

Não lhe deram uma baronia no sertão, mas nas cercanias de seus novos domínios territoriais. "É meu dever, — escrevia ainda Paranhos, — perfilar-me ante V.Ex.a e rasgar-lhe o cumprimento devido ao nobre Sr. Barão de Cotegipe. Custa-me esquecer o doce nome de Wanderley, mas o imperador, seus ministros e o alto mérito de V.Ex.a, assim o quiseram. Resigno-me".

O título de Barão de Cotegipe, com grandeza, conferido a 14 de março de 1860, ao mesmo tempo que o de Barão de São Lourenço a Gonçalves Martins, ia despertar, nos amigos deste, passageiros, mas fortes

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