As guerras dos Palmares (subsídios para a sua história). 1º volume. Domingos Jorge Velho e a “Troia negra”, 1687-1700

de suas habitações podendo-se temer que com estas conveniencias cresçam em poder de maneira que sendo tanto maior o numero, pretendam atrever-se a tão pouco como são os moradores desta Capitania a respeito dos seus cativos; para evitar este dano, determino passar ao Porto Calvo na entrada deste verão, lugar mais proporcionado para se fazer esta guerra e dali com continuas troços de gente que se renda uma á outra, mandar abrir caminhos para os ditos Palmares por onde possam ser investidos e arrazadas as suas povoações, continuamente até de todo se extinguirem, e ficar livre esta Capitania deste dano que tanto a ameaça; e posta que não são poucas as dificuldades que para este fim se me oferecem pela aspereza das terras, falta de caminhos, e de carruagem para os mantimentos que em todo este Estado se não podem conduzir senão ás costas de negros por não haver estradas para carros, nem para mais que um homem atrás de outros. Contudo espero que a boa deligencia seja poderosa para vencer todos êstes inconvenientes. Fico refazendo os terços até o numero da sua ultima reformação, e alistando os moradores mais capazes para esta guerra, mas porque se não poderá cobrar cousa alguma sem grande despezas da fazenda de V. A., é necessario que V. A. seja servido have-lo assim por bem, e mandar-me ordem para isso sem embargo de que procurarei que os povos contribuam com tudo o que fôr possivel como fiz para o socorro de Angola,

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