As guerras dos Palmares (subsídios para a sua história). 1º volume. Domingos Jorge Velho e a “Troia negra”, 1687-1700

respeitos, menos discutível é o serviço relevante prestado pelas armas portuguesas e coloniais, destruindo de uma vez a maior das ameaças à civilização do futuro povo brasileiro, nesse novo Haiti, refratário do progresso e inacessível à civilização, que Palmares vitorioso teria plantado no coração do Brasil. E esse successo não foi produto de uma ação fácil e sem perigo. Custou ao contrário à tenacidade e providência do governo colonial grandes sacrifícios de homens e de dinheiro". (Dr. Nina Rodrigues — Os africanos no Brasil, p. 121).

Mas, que foram esses Palmares? Melhor do que nós o faríamos, o Governador de Pernambuco, Fernão de Sousa Coutinho, em carta de 1º de junho de 1671, escreve:

"Snor. Ha alguns anos, que dos negros de Angola fugidos ao Rigor do Cativeiro e fabricas dos engenhos desta Capitania, se formaram povoações numerosas pela terra dentro entre os Palmares e matos, cujas asperezas, e faltas de Caminhos os tem mais fortificados por natureza, do que pudera ser por Arte, e crescendo cada dia em numero se adiantam tanto no atrevimento, com que continuos roubos, e assaltos fazem despejar muita parte dos moradores desta Capitania mais vizinhos aos seus mocambos, cujo exemplo, e conservação vai convidando cada dia aos mais que fogem por se livrar do rigoroso cativeiro que padecem, e se verem com a liberdade lograda no fertil das terras, e segurança

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