A NATURALIDADE DE PALHETA
Em artigo longo e interessante, com o título A origem do café no Brasil — Como veio ter ao Brasil a primeira árvore do café, dado à estampa na revista Chácaras e Quintais, o Dr. Waldemar Peckolt atribuiu a Francisco de Melo Palheta a naturalidade brasileira, sem, todavia, cogitar de comprová-la. Não se conformou com tal asserto o major Henrique Silva, que, por outra revista, A Informação Goiana, (número de junho de 1927), da qual era fundador e diretor, além de contestar fosse Francisco de Melo Palheta o introdutor do café em nosso país, ainda asseverou que "o homem era luso e por sinal que sargento-mor, patente militar que nunca existiu no exército brasileiro". Em nenhum documento se estribou o autor das Caças e caçadas no Brasil, para ter Francisco de Melo Palheta na conta de português, e o seu argumento relativo à patente militar é de todo improcedente, pelas duas simples razões seguintes: primeira, que em 1727, data na qual Palheta já havia sido promovido a tal posto, não existia no Brasil senão um exército, o português; e segunda, que tanto no exército brasileiro, oriundo da elevação do Brasil, em 1815, a reino unido à monarquia autocraticamente federada, que compreendia a mais Portugal e Algarves, quanto no exército brasileiro, proveniente da conquista da soberania política