Rio Negro) e a do Ceará (pouco depois desmembrada dele e incorporada no governo de Pernambuco), e, acrescido ulteriormente da do Piauí, durou até 1775, com a denominação final de Estado do Maranhão e do Grão-Pará.
É lícito presumir que Francisco de Melo Palheta tenha nascido por volta de 1670 e que em 1691, simples soldado, contasse, pelo menos, 21 anos de idade.
Saída de Belém, a 8 de julho de 1691, a expedição, de que Palheta fazia parte, só deixou ela o padre Samuel Fritz a 20 de outubro, na aldeia de Nossa Senhora das Neves, dos jurimáguas, depois de havê-lo conduzido até à de Maiavara, última redução dos omáguas. E o cabo da tropa não largou o jesuíta, sem que primeiro o intimasse, — conforme ordem reservada que levava do governador do Estado do Maranhão, — a retirar-se "daquelas províncias, por pertencerem à coroa de Portugal". Conta o inaciano que a dita força, além de outras coisas, fez desmonte à margem do sul, em frente à aldeia de Guapapaté, onde pôs por marco uma árvore grande, e, antevendo outras proesas dos portugueses naqueles remotos rincões, insinuou que os mesmos excogitavam, por ali, de "achar a porta para entrar no El-Dorado, que sonham não estar muito distante". Este padre Samuel Fritz e mais outro colega ainda deram muito que fazer aos portugueses do Pará, em 1710 (v. Anais da Bibl. e Arq. Púb. do Pará, 1902, t. I, pp. 132-133 e 135-136).
Essa lenda do El-Dorado, criada ou derramada no mundo por Sir Walter Raleigh, em 1599, com a publicação da sua obra The discoverie of the large, rich and beautiful Empire of Guiana, with a relation of the great and golden citie of Manoa (wich the Spaniards call El Dorado), and the provinces Emeria, Aromaia, Amapaia, and other countries, with their rivers adioyning — Performed