O café na história, no folclore e nas belas-artes

Brasileiro, à qual doou o ilustre paraense toda a sua excelente coleção de livros. O sobredito volume de Baena está repleto de observações, manuscritas à margem e devidas a Manuel Barata, que ora corrigia enganos, ora preenchia lacunas da obra daquele oficial do exército português, de quem se pode dizer que se naturalizou paraense.

Não aproveitou Rodolfo Garcia integralmente a nota de Manuel Barata, que tanto interessa à biografia de Francisco de Melo Palheta e que vem à página 109 do mencionado trabalho, quando Baena, historiando acontecimentos imediatamente posteriores a 1663, trata de um assalto dos índios Caboquenas e guanevenas à aldeia de Saracá, "onde estava o alferes João Rodrigues Palheta".

Graças a Manuel Barata, — que era em tudo a personificação da probidade, principalmente nas investigações históricas sobre a terra natal, — fica-se sabendo que Francisco de Melo Palheta "era natural do Pará". Teve por pais a João Rodrigues Palheta ("natural da vila de Serpa, na província do Alentejo", e que chegou, no Brasil, ao posto de "capitão de infantaria") e dona Maria da Ressurreição de Bittencourt. Francisco de Melo Palheta casou com dona Bernarda de Mendonça Furtado, a qual, pelo cognome, devia pertencer a uma das mais distintas famílias lusitanas. Ficam, assim, esclarecidos pontos que até agora jaziam na mais completa obscuridade, quanto ao introdutor do café no Brasil, faltando, ainda, infelizmente, dados fidedignos quanto ao final da sua existência, de 1733 em diante.

Sendo militar o pai, bem moço, talvez, assentou praça Francisco de Melo Palheta na tropa regular da guarnição portuguesa do Estado do Maranhão, o qual fora criado a 13 de junho de 1621, abrangendo, além da capitania do Maranhão, a do Pará (a que depois se agregou a do

O café na história, no folclore e nas belas-artes - Página 21 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra