Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

fosse um mero antepassado dos íncolas brasileiros. Lütken chegou mesmo a negar a existência isocrônica da "raça" da bacia sanfranciscana com os fósseis das espécies extintas, encontradas no mesmo local. Foi um golpe de morte na teoria do autoctonismo, cujos delirantes adeptos remontam, de modo preciso, a Morton (1839). O indígena americano, por seu conspecto somático, é de origem provavelmente asiática, por migração pós-quartenária, realizada após o recesso definitivo dos glaciares hiperbóreos, mas não através de um tipo único, como pretende Trombetti, uma vez que Dixon e tantos outros cientistas provaram a complexidade morfológica das populações amarelas. A esse respeito, é conveniente relembrar as palavras de Hankins, a saber, que as duas questões — monogenismo e poligenismo — "resolve themselves into one, if we go back far enough along the line of descent".(4) Nota do Autor

A etnografia brasileira não ultrapassou, também, a fase por assim dizer analítica. Representam melhor o período fragmentário as informações e estudos dos jesuítas (Nóbrega, Anchieta, Cardim, Simão de Vasconcelos, Montoya, Figueira, Restivo etc.). Foram os padres da S. J. quem nos deram as primeiras noções dos dois grandes grupos linguísticos brasileiros (os tupis e os gês). Seguiram-se as obras clássicas de Hans Staden, Thevet, Léry, Gandavo, Gabriel Soares de Sousa, C. d'Abbeville, Ivo d'Évreux, Marcgrav etc. Impulso apreciável ao estudo da etnografia brasílica deram os naturalistas dos séculos XVIII e XIX (Alexandre Rodrigues Ferreira, Eschwege, Wallace e Chandless, para dar apenas alguns exemplos). Os

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