Os indígenas do Nordeste – 1º vol.

primeiros ensaios de classificação etnográfica, porém, são devidos a A. d'Orbigny, a Martius, a Lucien Adam, a Rivet. Ehrenreich, após as viagens de K. v. d. Steinen ao Xingu, fez um apanhado geral dos estudos, que Rodolfo Garcia reviu em 1922. Os indígenas brasileiros foram divididos em vários grupos linguísticos, dos quais os mais importantes são os tupis-guaranis, os nuaruaques, os caraíbas, os gês e os cariris.

No período proto-histórico, o nordeste brasileiro era habitado apenas por três desses grupos: os tupis-guaranis, no trato costeiro; os gês e os cariris, nas zonas interiores. Em geral, a cada área linguística superpunham-se outras tantas áreas culturais (culture area de Clark Wissler). Convém notar, entretanto, que nem todas as áreas linguisticamente delineadas correspondiam, com exatidão, a distritos de um mesmo tipo cultural, por isso que os fatos e complexos muitas vezes não se apresentavam idênticos no seio das diferentes famílias, que constituíam o grupo linguístico. Os limites das áreas culturais dificilmente podem-se fixar, em virtude de ser o fato, ou complexo, não raras vezes, comum a grupos, que a língua divide e separa.

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As expedições castelhanas, que visitaram, no raiar do século XVI, as regiões setentrionais da América Antártica, incutiram muito cedo a desconfiança e o ódio no seio das comunidades nativas do Novo Mundo. Como a terra era pobre e inculta, o selvícola ocupou, em breve, um lugar no rol das mercadorias de maior procura e apreço. Vem daí, certamente, o

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