do norte, onde o príncipe pretendia buscar amparo para a monarquia moribunda.
O resultado desse prélio era apregoado a 15 de novembro pelas tropas brasileiras, que desterraram para sempre os últimos representantes do regime de castas na América.
O audaz republicano via então realizados os votos do seu coração patriótico: estava proclamada a República, e como ele a pregara — a República ditatorial.
Depois disso, o espírito público foi pouco a pouco advertindo no estranho silêncio do ardente republicano. A marcha geral do governo instituído a 15 de novembro explicava-o bem clara e tristemente; mas aos menos avisados ou menos veneradores afigurara-se que o patriotismo de Silva Jardim adormecera. O intemerato propagandista poderá responder-lhes com os versos que o sublime escultor da "Noite" inscreveu no soco da sua estátua:
"Il sonno mi é grato:... Mentre che il danno e la vergogna dura".
Resignou-se então Silva Jardim ao exílio; e, quando contávamos que, esclarecido ainda mais o espírito com a contemplação de regiões e povos estranhos, volvesse ele à Pátria, partiu-se para novo, e desta vez eterno exílio, tragado pela cratera do Vesúvio — imagem de sua alma ardente, símbolo colossal de sua tormentosa existência.