A Corte de Portugal no Brasil (notas, alguns documentos diplomáticos e cartas da Imperatriz Leopoldina)

CAPÍTULO I

TRANSFERÊNCIA DA CORTE PARA O BRASIL

"... A balança da Europa está tão mudada que os cálculos de há dez anos saem todos errados na era presente. Em todo o caso o que é preciso é que V. A. R. continue a reinar, e que não suceda à sua Coroa o que sucedeu à de Sardenha, à de Nápoles e o que talvez entra no projeto das grandes potências que suceda a todas as coroas de segunda ordem na Europa. V. A. R. tem um grande Império no Brasil, e o mesmo inimigo que ataca agora com tanta vantagem, talvez que trema, e mude de projeto, se V. A. R. o ameaçar de que se dispõe a ser imperador naquele vasto território adonde pode facilmente conquistar as colônias espanholas e aterrar em pouco tempo as de todas as potências da Europa. Portanto é preciso que V. A. R. mande armar com toda a pressa os seus navios de guerra, e todos os de transporte, que se acharem na praça de Lisboa — que meta neles a Princesa, os seus filhos, e os seus tesoiros, e que ponha tudo isto pronto a partir sobre a barra de Lisboa, e que a pessoa de V. A. R. venha a esta Fronteira da Beira, aparecer aos seus povos, e acender o seu entusiasmo. Talvez que esta aparência imponha ao inimigo. Se não impuser, e nos atacarem, apesar de tudo brigaremos como desesperados; talvez que por excesso de furor cheguemos a ser vitoriosos, apesar de nos faltarem os meios — mas se formos vencidos,

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