A Corte de Portugal no Brasil (notas, alguns documentos diplomáticos e cartas da Imperatriz Leopoldina)

repartição, que à lusitana monarquia nenhum outro recurso restava, senão o de procurar quanto antes nas suas colônias um asilo contra a hidra então nascente, que jurava a inteira destruição das antigas dinastias da Europa.

"É verdade que esta minha asserção passou naquele tempo por efeito de um pânico terror, filho de noviça e acanhada política; mas ainda bem não tinha decorrido um lustro, quando os sucessos confirmavam as minhas predições."(4) Nota do Autor

Sobre as ruínas de Lisboa, o Marquês de Pombal, antes de desdobrar o projeto de reconstrução da cidade, estudara o mesmo plano de emigração, e ordenara mais tarde, no ano de 1762, quando um exército espanhol invadiu Portugal, que algumas naus fundeassem em frente do Paço para conduzirem a Família Real ao Brasil, no caso de Lisboa ser conquistada pelo inimigo.

Era esse plano, glosado em tom profético pelos melhores espíritos, que voltara com vista a Dom João VI, anotado pelo Marquês de Alorna, em 1801, e aconselhado, em 1803, por Dom Rodrigo de Sousa Coutinho.

Num ofício dirigido em 7 de setembro de 1807 a Dom Domingos Antônio de Sousa Coutinho, ministro de Portugal em Londres, comunicava-se que S.M. tinha tomado "a resolução de aprontar a sua marinha para o caso de ser urgente a sua retirada e da Real Família". "Dois acontecimentos podem obrigar a esta resolução", dizia o mesmo ofício: "o primeiro a determinação de uma conquista; e o segundo a pretensão de introduzir tropas no país para guarnecer as costas debaixo

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