do pretexto de amizade, o que seria para a monarquia mais perigoso do que a conquista ..."
Em 22 de outubro de 1807, a Convenção Secreta ratificada pelo Príncipe Regente e por Jorge III da Grã-Bretanha, sobre a transferência para o Brasil da sede da monarquia portuguesa e ocupação temporária da Ilha da Madeira por forças britânicas, vem atestar a reflexão e o estudo que tal resolução mereceu, para não poder confundir-se com um subitâneo ato de fuga, praticado num momento de pânico invencível, com todo o alor de um medo coletivo.
No preâmbulo dessa Convenção, definia-se perfuntoriamente a triste posição em que se encontrava o país em consequência das exigências injustas do governo de França, expondo o Regente a decisão que havia tomado de transferir para o Brasil a sede e fortuna da monarquia portuguesa "antes do que aceder à totalidade das ditas exigências e especialmente àquelas pelas quais o governo francês insistia na apreensão das pessoas dos súditos de Sua Majestade britânica residentes em Portugal, e na confiscação de todas as propriedades inglesas, bem como na declaração de guerra contra a Grã-Bretanha ..."
E mais certificava pelo mesmo tempo S.M., por intermédio do seu ministro em Londres, garantindo ao governo inglês a sua firmeza em não assentir às proposições a respeito da prisão dos súditos ingleses e ao confisco dos seus bens, conquanto não quisesse precipitar a partida, "porque Sua Alteza Real não deve mostrar que abandona sem justa causa os seus vassalos na Europa".(5) Nota do Autor