como rezam os documentos coevos, "convictos, fitos, falsos, simulados, variantes, revogantes, impenitentes, profluentes, diminutos, conflitentes, negativos e pertinazes", merecendo as penas inquisitoriais.(9) Nota do Autor Rodolfo Garcia(10) Nota do Autor acha que "o Caramuru, João Ramalho, Francisco de Chaves, o próprio misterioso bacharel de Cananeia, aquele castelhano que vivia no Rio Grande do Norte, entre os Potiguaras, com os beiços furados como os deles, e tantos outros desconhecidos — seriam quiçá desse número de judeus, colonizadores espontâneos das terras de Santa Cruz".
Com efeito, "os navios que, enviados pela coroa portuguesa, aportavam às nossas plagas duas vezes por ano traziam somente judeus e degredados, com os quais se formou o primeiro núcleo de população.(11) Nota do Autor Isto confirma a suposição de Rodolfo Garcia, da qual só discordamos quanto a Caramuru. A religiosidade de Paraguassu, sua mulher, como que demonstra o espírito profundamente católico do marido, o que se não dá com os cristãos-novos. Vede como João Ramalho, por exemplo, se obstina em não praticar o culto católico e entra em luta contra os padres da Companhia de Jesus.
O monopólio da madeira de tinturaria, habilmente conseguido por Fernando de Noronha e seu grupo, vivia de alimentar a desatenção do rei D. Manuel quanto ao Brasil, levando-o a só dar tento aos negócios da Índia. Enquanto isso, por via da proibição do comércio do pau-de-tinta com o Oriente, o consórcio judaico se ia enchendo de ouro. Cada quintal de madeira posto em Lisboa ficava, com todas as despesas, por meio ducado. Era vendido em Flandres