Bandeiras e bandeirantes de São Paulo

Aos guaranis davam os moradores vicentinos o nome de carijós e, como observou Azevedo Marques, muitas vezes o de tupiniquins, quando apareciam pelo vale do rio Tietê, confundindo raças.

Estes simples esclarecimentos mostram ser tarefa impraticável a classificação ou a distribuição topográfica, em tal assunto, no território ocupado pela donataria.

Os europeus que desde os primeiros anos do descobrimento conviveram com esses nativos, para as necessidades de fixação, estabeleceram a princípio o escambo ou resgate dos escravos dos índios ou dos prisioneiros de guerra e, gradativamente, transformaram tal proceder num tráfico de escravatura.

Para isto, estabeleceram no litoral dous postos, o de Tumiaru, no primitivo povoado de São Vicente, tendo à frente Antonio Rodrigues e o de Cananeia, sob o predomínio do bacharel.

João Ramalho, no seu aldeiamento de Santo André, com seus muitos descendentes mamelucos, erigiu-se no principal abastecedor desses entrepostos.

Com a fundação das vilas de São Vicente e de Piratininga, tal comércio, legalizado, tornou-se o atrativo quase exclusivo da conquista. Apareceram então os mercadores de nativos em larga escala, como Pedro Corrêa e Paschoal Fernandes, este último chegando a ter um navio empregado nesse mister, com carreira para Jurumirim, angustura da ilha de Santa Catarina e Viaçá, que compreendia a costa dessa região (1548).

Bandeiras e bandeirantes de São Paulo - Página 23 - Thumb Visualização
Formato
Texto