A gloriosa sotaina do Primeiro Império - Biografia de Frei Caneca

Há em Recife um frade com este nome ao tempo de Frei Caneca. Trata-se, porém, de um antigo mestre do nosso patriota.

Encontra-se na publicação O Caçador atirando à Arara Pernambucana uma referência "a meu mestre Frei Miguel Joaquim Pegado".

O nome de Frei Caneca é Frei Joaquim do Amor Divino Rabello, a que ele acrescenta "e Caneca", para mostrar que não se sente humilhado da condição obscura do progenitor, de que provem o apelido. "O agnome de Caneca, diz A. Joaquim de Mello, é um apelido com que alguns alcunhavam a família decente e virtuosa deste religioso, em razão de ter o honrado e modesto pai uma oficina de tanoeiro, que regeu por algum tempo..."(7) Nota do Autor.

Respondendo a um adversária que o ferira com o remoque de descender de dois pardos comedidos, ele restabelece-a verdade sobre sua filiação nestes períodos do mesmo Caçador: - "Eu sou filho de Domingos da Silva Rabello e Francisca Alexandrina de Siqueira. Meu pai é bem conhecido nesta praça. Todos sabem que ele é dos ruivos de Fora de Portas, família que, nisto a que chamas pureza de sangue, é tal que tu, ainda passando por duas destilações, não podes jamais emparelhar; pelo que já vês que "não sou Gama, sou ruivo. Minha mãe é filha de Pedro José de Siqueira e de Clara Alves de Torres". Fora, de fato, seu pai um tanoeiro, ou, pelo menos, explorara o ofício de fabricar barris, motivo pelo qual lhe haviam posto a alcunha de "caneca", por ele adotada, passando a assinar-se - Frei Joaquim do Amor Divino, e Caneca.

Depois de arrolar várias antecedentes(8) Nota do Autor escreve: "Não posso subir mais acima com esta exposição, porquanto

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