Encontra-se na carta a Joaninha uma alusão, a única, ao irmão delas "Aqui mesmo hei tido alívios ao meu penar: já tive notícias de ti e de teu irmão, o que não podia ter fora daqui"... (durante a jornada do Ceará).
Estas epístolas de verdadeiro amor paternal têm um outro valor: elas mostram o lastro de resignação, de doçura, de piedade cristã existente na alma do lutador intemerato, que desafia um Imperador e afronta com seu verbo flamejante os exércitos e as comissões militares, os ministros de estado e toda a máquina do poder.
Não lhe escapa aí uma apóstrofe odienta, um grito de revolta, um conceito capaz de traduzir uma fraqueza: - "Ama a teus irmãos e a teu próximo, e deixa o mais por conta de Deus, o qual cuida mais dos homens do que os homens podem pensar. "Se Ele sustenta os peixes no mar, as aves no ar, e os animais nas matas, como não te há de sustentar a ti e a teus irmãos, que Ele fez a sua semelhança? Confia na sua providência, que não serás enganada. Se a mim me suceder algum mal, se eu te faltar de todo, não ficas ao desamparo; Deus não te pôs nesta vida a minha fiúza, nem a de ninguém; Ele é quem te fez, Ele é que te há de sustentar".
Na missiva a Carlota diz: - "Ele tempera os males com os bens. Padecemos hoje, porém amanhã Ele nos enche de consolações e de graças; tudo está em que nós recorramos a sua piedade e nos cheguemos a ele com a nossa consciência livre de culpas e pecados". Falando a Joaninha, insiste na mesma nota de estoicismo e de fé: -'"Pouco importa que uns sejam ricos, outros reis, outros imperadores; todos são homens, e basta isto para padecerem; muita vez um pobre, e que não tem estas honras do mundo, é mais feliz do que eles".
Quando a batalha política retine no aço das penas e dos gládios; quando os ódios e as paixões revolucionárias