Consistiria em fossos, habilmente disfarçados com ramos e terra, escavados na rota habitual da caça; a embiara, ao cair no mundéu, feria-se frequentemente: abatiam-na, por fim, os índios a golpes de pedra ou de chuço. Para, do mesmo modo, apoderar-se dos animais trogloditas, como o urso ou leão cavernícola, o caçador fóssil deveria recorrer, amiudadas vezes, à pratica de asfixiar com fumo a fera, acuada na própria lapa. Em outras ocasiões, o animal seria acossado para as gargantas, precipícios ou paúes e aí morto, já meio exausto, por seus inclementes perseguidores. Nas jazidas pré-históricas encontram-se, frequentemente, pedras esferoides, ou discos de arrojar, — possíveis balas dos fundibulários do paleolítico na caça ao animal arisco e corredor. Obtinha-se o fogo, provavelmente, por fricção ou atrito: uma espécie de forno foi achado em Drachenhöhle, na Suíça, região habitada durante o último dos períodos interglaciares.
Lévy-Bruhl é quem melhor interpreta a complexidade das operações, por meio das quais o selvagem procura a subsistência. O bom sucesso da caça ou da pesca não depende exclusivamente de certas condições objetivas (abundância da presa, capacidade dos engenhos, etc.), mas de outras condições de virtude mágica, cuja falta acarretará prejuízos certos e inevitáveis. Essas operações místicas são ordenadas em vários distintos grupos, conforme se consumam antes, durante e depois da caça, ou, ainda, quando tais operações têm em vista tornar o caçador capaz de realizar utilmente sua empresa, ou conservar a vítima impotente e inócua. São as seguintes as operações