Os indígenas do Nordeste – 2º vol

contam até dez; daí em diante empregam a palavra muito. Roquette-Pinto encontrou analogia entre a língua dos índios da Serra do Norte e a dos jê-botocudos. "Todavia, não é possível deixar de reconhecer, na língua dos nambiquaras, certos caracteres gerais, encontrados na língua cariri. Tais caracteres são exclusivamente fônicos e muito menos valiosos do que se fossem léxicos ou morfológicos. Resumem-se na presença dos grupos tç, tz, cr admitidos como especiais ao cariri". T. Pompeu Sobrinho mostrou a afinidade existente entre o cariri e numerosos outros grupos linguísticos sul-americanos (tupi, quichua, aimará, caraíba, jê).(1) Nota do Autor

Os psicanalistas (Freud, Ferenszi, Sperber, Otto Rank, E. Jones e, entre nós, Porto-Carrero e Artur Ramos), pretendem que, em sua origem, a linguagem teria uma existência objetiva ou concreta. Um dos fatos comprovantes da gênese sexual da linguagem encontra-se no estudo dos termos de numerosas línguas primitivas. No idioma dos caxinauás, Porto-Carrero encontrou várias raízes, "em que é interessante a coincidência entre a significação sexual e a dos símbolos que a psicanálise reconhece".

A esses exemplos, acrescentaremos os seguintes:

conam = água (grupo maxacalí); conahan = água (grupo maconi); coñan = mulher (grupo maconi); cunhã = fêmea, mulher (tupi).

= chuva (grupo maconi); até = mãe (grupo malali); até = mulher (grupo maconi).

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