(diz Urbino Viana), palavras-frases enunciadas numa só expressão, íntegra, e traduzindo não só uma ideia, mas um pensamento completo. Há palavras, expressão de ideia, formadas analogicamente: ti = flecha, ti = lontra (a flecha vai buscar o peixe na água, fendendo as águas e caindo de improviso sobre a presa; o mesmo a lontra)".
Segundo J. J. v. Tschudi,(1) Nota do Autor os botocudos contavam até dez. Não se pode, todavia, acreditar nessa informação obtida de um intérprete, porquanto uruú, dez, significa também muito. Os craôs possuem nomes específicos para um, dois e três; na formação do número quatro empregam a voz aicluto-aicluto (dois - dois). O mesmo processo empregam na construção do termo cinco (aicluto-aicluto-putchit = dois-dois-um), seis (aicluto-aicluto-aicluto = dois-dois-dois), etc. Os camacãs conhecem vozes para os cinco primeiros cardinais. Entre os caingangues de Nonohay (Rio Grande do Sul), vamos encontrar as seguintes denominações numéricas:
1 pir
2 lenglê
3 tectong
4 vaitcanclá
5 petigare
6 Ningqueütengrn
7 Ningquentenirnlenglé
8 Ningquentegrutectong
9 Ningqueüteïruquencta
10 Ningquevaitclito
A não ser petigare, que, como observa Teschauer, é incontestavelmente de origem exótica, vê-se que a numeração superior a cinco se formou com a associação da palavra ningqué (mão). Os carnijós, no dizer de John C. Branner,