Os indígenas do Nordeste – 2º vol

um indício da antiguidade da civilização tapuia, mas, ainda em contradita à teoria de Métraux, deve-se ver nesse costume, possivelmente, a origem da antropofagia, de tão grande difusão na área da civilização tupi-guarani.

O fato de o cacique tapuia poder exercer, muitas vezes, certos rituais mágicos atribuídos geralmente aos pagés (Barlaeus, Fernandes Gama) é uma prova de que a instituição do homem-deus estava menos diferenciada entre os jês do que entre os tupi-guaranis.

A cremação caracteriza os ritos funerários dos jês: a inumação em urnas, quer direta (coroados), quer secundária (camacãs), deve ser costume de origem estranha.

Se a constituição familiar afrouxa-se desde o momento em que, a partir das festas da iniciação, acentua-se, como vimos, o conceito da autoridade pública, ou seja, desde o momento em que o estado vai tomando forma menos confusa, — concluiremos que a organização doméstica dos jês era mais coesa do que a dos tupi-guaranis (nos quais havia acentuados vestígios da família classificadora). Vemos, por isso, que, no meio das tribos indígenas daquele grupo cultural-linguístico, o morubixaba, muitas vezes, não se distinguia dos demais membros da coletividade, nem gozava de direitos hereditários (botocudos). Um índice, também, do desenvolvimento ou progresso das noções políticas eram as chamadas classes de idade (tão expressivas da civilização tupinambá).

Em suma, tudo está a indicar que os tupis do litoral brasileiro, inclusive os do nordeste, tinham atingido uma civilização, sob vários aspetos, bastante

Os indígenas do Nordeste – 2º vol - Página 362 - Thumb Visualização
Formato
Texto