Sílvio Romero, sua formação intelectual, 1851-1880, com uma indicação bibliográfica

EVOCAÇÃO

Conheci Silvio Romero em 1906, num hotel de Teresópolis.

Tinha eu, então, apenas sete anos.

Meu pai, Lucio de Mendonça, já no fim da vida, esquecera o rancor com que o tratara n' "A Semana" de Valentim Magalhães. E o apontava à nossa admiração incrédula como uma figura excepcional da inteligência brasileira.

Não sei se o olhei com "os olhos assombrados do menino Heine ao ver passar Napoleão", que seriam os mesmos com que Machado de Assis, ainda crisálida, olharia, também, pela primeira vez, para Alencar, já em pleno voo.

Tudo o que sei é que nunca esqueci sua figura de "bom homem canhestro e simplório" — tal como a fixou, um dia, Coelho Neto — "lerdo, bamboleando o corpo flácido, sempre com livros e papéis debaixo do braço, os olhos lânguidos de fadiga, parecendo, na sua aparência pacata de burguês mal-enjorcado e mole, descer a vida na correnteza do destino como uma folha morta ao léu das águas".

Meu irmão Edgard, este já mais idoso, beirando os seus dez anos, e, desde então, precocemente austero, como andasse nas varandas do hotel preferindo a companhia de Julio Verne à nossa, e seguindo nos mapas, de que

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