Mesmo ele, Silvio, já tivera experiência própria, três anos antes, quando foi do recurso interposto da desclassificação indecorosa que sofrera no Recife.
A expectativa era, portanto, desalentadora.
Para agravá-la havia, ainda, os dois votos vencidos na proposta enviada ao governo, e, mais que eles, a deixa manhosamente formulada pelos examinadores quanto à incompatibilidade do pretenso sectarismo comtista de Silvio com "a unidade de plano de estudos" do colégio.
Nem faltou o trabalho embuçado dos intrigantes, tão comum nas antecâmaras ministeriais do Império.
Conta Artur Guimarães, monarquista insuspeito, que Silvio "escapou de ser espoliado devido ao seu republicanismo".
Cesar Marques, passados anos — continua o discípulo de Silvio — com uma voz que já parecia do outro mundo, contava ao mestre a resistência que Pedro II opusera às intrigas levantadas para não ser ele o escolhido.
E Silvio, imitando-o, tinha graça, enchendo a voz e repetindo-lhe as frases:
"— Bem que intrigaram! Bem que intrigaram! O que lhe valeu foi a retidão do Imperador..."(299) Nota do Autor
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A retidão do Imperador, somente, não.
Duas outras circunstâncias deveriam, também, ter concorrido.
Uma, o depoimento do Barão de Tautphoeus, velho amigo de Silvo, em quem Pedro II tinha grande confiança