Como um pequeno rei absoluto,
Refestelado no seu trono egrégio,
Sobre o nariz os oc'los impagáveis
Lá estava sentado o mestre-régio.
Mas, em compensação, naquele tempo,
Prelibando as delícias do progresso,
Havia escola-mista na província..."(24) Nota do Autor
Já no fim da vida recordava-se, com saudade, dos seus entretenimentos prediletos desse tempo — das feiras "que enchiam de povo o largo da vila" — das visitas que fazia às fazendas de gado e aos engenhos de açúcar, dos casamentos da roça, das missas aos domingos na matriz, das procissões, principalmente as do "encontro", da "sexta-feira santa" ou a "de pedir chuva", com as suas "cinco ou seis mil pessoas de ambos os sexos e de todas as idades" que se exibiam numa gradação completa de classes, profissões, trajes, costumes e cores"(25). Nota do Autor.
É nos seus versos, entretanto, que se acolhe o melhor dessas reminiscências.
"Eu me lembro de tudo.
Era, então, bem criança!
O sopro do trabalha e a gelidez da vida
Passaram sobre mim, levando-me a esperança
De tornar a viver naquela doce lida.
Ó tempos de ventura e plácido folguedo
Pelas mansões da pátria em noites de luar!
Dos pássaros o canto, a sombra do arvoredo,
De mim tudo fugia em doido galopar...