Sílvio Romero, sua formação intelectual, 1851-1880, com uma indicação bibliográfica

Ó bons tempos de festa em inocência imersos,

Em que o riso é doçura e o sonho um mago enleio

Que as noites frescas vêm a desfolhar dos versos...

A vida era ridente, amena e prazenteira

O povo tinha n'alma o raio que reluz

No sol deste país..."


De uma feita, se revê em meio aos meninos da vila no "tempo será".

"São tudo rumores. Travessas crianças

Que o som dos folguedos em grupo ajuntou

Parolam soltando, risadas que turvam

Os hinos melífluos que a noite entoou.

As moitas copadas ao longe farfalham

Os doces sussurros que o vento lhes dá;

Os brados, os gritos repassam, renovam

Nas doidas corridas do tempo será...

As frontes suadas, cabelos esparsos

As almas rompendo dos lábios à flor,

Quais aves, prendidas em laços estreitos,

Que buscam do mundo banhar-se ao rumor.

Os fortes meninos das plagas agrestes

Das noites brilhantes os bons folgazões

São rolas selvagens das várzeas imensas

Voando em cardumes ao sol dos sertões;

E arrulham, suspiram nas santas doidices,

Nas louras lembranças do jogo infantil,

Nas graças, nos ditos, nas belas tolices,

À luz das estrelas do céu do Brasil.

Sílvio Romero, sua formação intelectual, 1851-1880, com uma indicação bibliográfica - Página 37 - Thumb Visualização
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