Prefácio da quarta edição
Antonio Pyreneus de Souza — meu guia dedicado na viagem de 1912, de que surgiu este livro, foi dos mais gloriosos soldados nos trabalhos titânicos de desbravamento e ocupação das terras dilatadas da RONDÔNIA. Morreu no Rio de Janeiro a 18 de fevereiro de 1936. A notícia de seu falecimento mal apareceu nos diários, em três ou quatro linhas.
Só o Jornal do Commercio recordou, em frases concisas, a grande vida dedicada ao Brasil.
Sertanejo de Goiás, estudante aplicado da velha escola militar da Praia Vermelha, logo no início da sua carreira de oficial de infantaria figurou entre os mais dedicados, capazes, bravos e serenos lugares-tenentes de Rondon, que era major de Engenheiros quando recebeu, em 4 de março de 1907, a Comissão Construtora da Linha Telegráfica de Mato Grosso ao Amazonas. Antonio Pyreneus de Souza, segundo-tenente, era escolhido pelo chefe a 11 do mesmo mês. A linha telegráfica — foi o pretexto. A obra de pesquisa e levantamento foi tudo. Theodoro Roosevelt dizia que a América pode apresentar ao Mundo duas realizações ciclópicas: ao norte, o Canal do Panamá; ao sul, as conquistas geográficas de Rondon. Pyreneus teve, nessa construção, ao mesmo tempo científica, prática e humanitária, um posto honroso, que o chefe nunca deixou de assinalar e os companheiros sempre timbraram em admirar e louvar. Na Expedição ao rio Madeira, Pyreneus foi o encarregado do serviço