ao sistema platino, das nascentes do rio Verde, que faz parte do outro sistema.
Aqui são as águas do Juruena, que se aproximam tanto das que procuram o Sepotuba; mas, perto da velha cidade do Diamantino, o terreno que separa o Paraguai do Arinos é ainda menor.
Quem diria, passando pela boca do Amazonas, que muitas daquelas águas vêm do mesmo lugar onde brotam as que o rio da Prata entrega ao oceano, cerca de sete mil km mais ao Sul?
Um dia, quando a carta daquele Estado for um esquema um pouco mais completo do que hoje, há de ser possível, talvez, mostrar que o Brasil é mesmo uma ilha, como presumiram os descobridores.
Chegando a Mato Grosso pelo caminho usual, não se compreende por que assim foi batizada aquela terra, pois para ver mato grosso, em Mato Grosso, é preciso atingir latitudes baixas, onde a civilização vai aos poucos se infiltrando, pela coragem e pela firmeza dos sertanejos, aos quais recentemente a ciência abriu, lá mesmo, novas entradas, caminhos novos e novas esperanças de trabalho e de vida.
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Aquele território, tal qual se encontra nos seus limites políticos, foi, é bem certo, penetrado pelos portugueses muito tempo antes de terem surgido ali os primeiros estabelecimentos de outra origem europeia.
Por atender à justa observação do geógrafo Candido Mendes, é mister distinguir, ali, a parte conquistada pelos espanhóis, do lado ocidental, da outra porção desbravada pelos neobrasileiros de São Paulo.
Foi caminho dos primeiros o Paraguai, cuja navegação é um tanto difícil para grandes barcos e relativamente fácil para canoas primitivas, e sobre cujas margens se ergueram, desde 1575, com Domingo Martinez Irala e Nuno Chaves, as feitorias castelhanas.