Ensaios brasilianos

CAPÍTULO I

Todas as raças foram atraídas pela nossa terra graciosa e linda. Ela não mentiu a nenhuma das que lhe ouviram a voz cheia de promessas; e por isso aí estão, vivas e fortes, cooperando no seu progresso.

Assim, no século XIX, os borbotões do forte sangue da Germânia principiaram a correr nas veias deste povo, animando os criadores de novos centros de vida na pátria moça. Em 1819 desabrocha, na Serra dos Órgãos, a beleza de Friburgo; em 1824, a pujança do núcleo riograndense do Sul; em 1845, a graça de Petrópolis; em 1849, começam os primeiros sinais da futura grandeza de Joinvile. Em 1850 surge, esperança abençoada de Hermann Blumenau, nos primeiros paus a pique das casinholas do Itajaí, a cidade magnífica onde hoje o patriotismo dos filhos de Santa Catarina — guiados pelo alto espírito de Adolpho e Victor Konder — levanta ao grande colono o monumento que ele ainda mais mereceu como sábio naturalista perdidamente apaixonado pelas maravilhas dos bosques e dos mares do Brasil.

Muitos dos pioneiros foram abandonados na selva, como aqueles cujos netos eu mesmo encontrei, em 1906, nas quebradas de São Pedro, a oeste da Lagoa de Itapeva, gente alourada e rósea, de pupilas cor do céu e torsos airosos, que evocava uma página das

Ensaios brasilianos  - Página 25 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra