Ensaios brasilianos

"Ueber die Blutegel der Umgebung". Pôs na epígrafe dessa monografia um pensamento que havia mais tarde de resumir a sua vida:

"Caeterum, nullius in verba jurans, aliorum inyenta consarcinare haud institui; quae ipse quaesivi, reperi, repetitis vicibus diversoque tempore observavi — propono", palavras de O. F. Müller, de Copenhague, que em 1863 repetiu no "Für Darwin".(4)Nota do Autor

Das "proposições" que sustentou na sua tese, uma é sobremodo interessante:

"O estudo das línguas é menos apto a formar a mente dos jovens do que a matemática e a história natural".

Nós brasilianos, que consagramos nos programas ginasiais um ou dois anos às ciências naturais e cinco ou mais ao português, estamos longe daquele admirável conselho de um sábio que, se não tivesse sido naturalista, dizia, teria sido filólogo.

Em 1845 voltou a Erfurt como professor do ginásio, onde ensinou álgebra e história natural. Coube-lhe dar, ali, as primeiras lições de biologia. Ao dizer do seu meticuloso biógrafo, nessa época andou o amor pela primeira vez esvoaçando ao redor do jovem naturalista.

Começaram, porém, as atribulações morais de Fritz Müller, cujas crenças religiosas se tinham desvanecido à medida que a ciência mais e mais o empolgava. Ele assim o diz.

Para um professor de ginásio oficial, naqueles tempos, era escandaloso considerar a Bíblia livro puramente humano.

Pouco a pouco a situação foi-se tornando insustentável. Em uma carta a Röschen, ele escrevia "Wahrheit und Tugend sind nicht denkbar ohne Freiheit".(5)Nota do Autor

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