O Brasil na lenda e na cartografia antiga

Saint Dié era, intelectualmente, uma importante cidade no bruxulear da Idade Média, quando amanhecia o Renascimento.

Tinha pequena e antiga igreja românica, de baixo frontão e amplos arcos repousando em colunas atarracadas, toda de tijolos avermelhados, erguida ao tempo em que os primeiros missionários da Roma cristã pisaram o selo da Gália, fazendo os druidas de alva túnica e recurvas foices douradas se internarem pelas profundas e tristes florestas de robles, somente surgindo nos caminhos escusos e nas veredas cavadas, quando a vermelhidão do crepúsculo desmaiava na noite. Tinha minas escuras e ricas de onde Renato II mandava tirar metais preciosos, trazidos à flor da terra por obreiros de torso nu, em pequenos carros que rolavam sobre duros trilhos de madeira. E tinha mais esse notável Ginásio, flor de espiritualidade, do qual sairia, num prefácio de livro geográfico, pela primeira vez impresso o nome de América.

Ora, nesse tempo, Renato II, que acabara de vencer em Morat Carlos o Temerário, duque da Borgonha, deixando pacífico recanto da Suíça ensopado em sangue, era falado em todas as cortes europeias e conhecido como Príncipe liberal, amante e protetor das artes, das ciências e das letras. Um Mecenas. Provava essa sua nobre inclinação o carinhoso acolhimento que dispensava aos sábios que o procuravam e a proteção com que generosamente cobria o Ginásio fundado por Vautrin de Lud.

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