o destroço do barco paterno - justo aquele pedaço de tábua onde se inscrevia o nome: En Avant!
O menino tocou-se mar a dentro e ajudou a salvar os periclitantes. Ao voltar, a mãe abraçou-o furiosamente e ia ralhar, quando ele disse:
Maman, ne gronde pas... Le père est si content...
O poemeto, aí mal e mal resumido, ocorre-nos com frequência, quando notamos o frenesi com que se procura romper amarras com o passado, a fim de se adotarem mais desembaraçadamente as novidades com que o internacionalismo procura dessorar-nos. Quando decorávamos aquilo, também aprendíamos que não há pátria sem tradições, com há pouco se disse. E tradição é isso, essa referência de geração a outra; uma a jogar em frente à outra, no momento próprio, um en avant! decisivo; uma julgar seu comportamento presente pelo agrado que esse comportamento há de ter causado à que já se foi. É explicável procurem os internacionalistas desmoralizar os flébeis elos que nos ligam ao passado, pois só nos consideram como instrumento de lucro; e um dos meios mais eficientes utilizados pelo imperialismo estrangeiro é justamente esse de despersonalizar os povos jovens. Mas, de maneira alguma se explica aceitemos isso e colaboremos com os blandiciosos destruidores de nossa pátria. Se formos só nós mesmos; se não nos considerarmos com deveres morais para com os nossos Maiores; se tivermos indiferença para com os fatos pretéritos de nosso país - nada reterá a derrota; somaremos Bentham e Sartre, e não passaremos de gozadores da hora presente. Não devemos ser todos junta do coice, todos caturras, todos quakers. Porém, todos temos obrigação de ser brasileiros, não brasileiros de um só momento, brasileiros de agora em diante, mas brasileiros de todos os tempos, responsáveis por tudo quanto houve em nosso curto passado, herdeiros de todas as pequenas grandezas