IGREJA, ILUMINISMO e Escolas Mineiras Coloniais
A história do pensamento filosófico-religioso no Brasil colônia é dos temas pobres em nossa literatura. Ergue-se como uma culminância em meio da planície a famosa introdução do senador Cândido MENDES DE ALMEIDA ao seu Direito Civil Eclesiástico Brasileiro, obra isolada, nunca reeditada e sem seguidores. Há, fora daí, muitos ensaios, muitos estudos parciais, alguns de alto valor, outros inquinados ora de ingenuidade, imperdoável em escritos científicos, ou de espírito sectário impeditivo de uma conclusão objetiva, ou de espírito apologético, e como tal contingente, incompreensível fora do debate.
José Ferreira CARRATO é um especialista de alto gabarito nessa era do pensamento universal que foi o iluminismo em seus aspectos luso-brasileiros. Em As Minas Gerais e os primórdios do Caraça, publicado nesta mesma coleção, sob o nº 317, em 1963, já patenteou sua capacidade de pesquisador e de expositor metódico e objetivo. O presente livro resulta de uma pesquisa aturada nos arquivos portugueses (Arquivo Histórico Ultramarino, Torre do Tombo, Biblioteca Nacional, Arquivo das Finanças, Braga, Universidades de Coimbra e Guimarães) e brasileiros (Arquivo Público Mineiro, Cúria de Mariana, Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu da Inconfidência, Colégio do Caraça, Biblioteca Nacional e, finalmente, a opulenta coleção do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo). Ajunte-se ainda o Arquivo Secreto do Vaticano. Baseia-se, além disso, em uma extensa e preciosa bibliografia,
(continua na outra dobra)