Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

"Providenciei contra os que protegiam os desertores, e ainda que com muito trabalho, e a custo de um sofrimento incrivel consegui parasse a deserção, não se matassem tantos soldados, que o General perdesse a desconfiança que tinha da tropa e que toda ela principiasse a ter mais fé no seu General."

"Os provimentos que faziam nos Regimentos, eram propostos por ele, e quando deixava de me propor algum benemerito, ainda por conservar contra ele alguma paixão particular, eu o fazia ceder, obrigando-o com muito modo a que o propuzesse, e desta forma fui trabalhando para o benquistar com as tropas, e que as tropas fossem também bemquistas dele. Consegui finalmente tudo isto até ao ponto de ficar inteiramente descansado sobre esta materia. Todos viviam em socego, acabaram-se as intrigas, e ele se prestava de tal forma às minhas ordens que as funções que exercitava, era como se fosse meu ajudante general".

Reconhecendo a necessidade de completar os seis regimentos da guarnição do Rio de Janeiro, cujo número de soldados não era suficiente para formar três, propôs a Martinho de Mello os meios que lhe pareciam mais fáceis para o recrutamento dos soldados, a maior parte dos quais deviam vir de Portugal, outros podiam ser tirados dos seminaristas sem propensão para a vida eclesiástica, e outros empregados desnecessários no serviço da Igreja que não tivessem ordens sacras.

Por esta ocasião observou o Marquês que o Bispo, além de empregar no serviço da Igreja um número maior de indivíduos do que o que é necessário, tinha além disso dado demissórios a muitos para se irem ordenar a Buenos Aires, iludindo deste modo as ordens do governo que limitavam as ordenações.

O justo receio de uma guerra tinha obrigado o Governo a mandar para o Rio de Janeiro o tenente General

Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil - Página 37 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra