CAPÍTULO III

O ALGODÃO

De novo, a carta que, a primeiro de maio de 1500, Pero Vaz de Caminha enviou a D. Manuel, o Venturoso: "Tambeem amdavam amtreles quatro ou sinquo mulheres mosas, e asy nuuas que nom pareciam mal; amtre has quaaes amdava huuma com huuma coxa do jiolho ataa ho quadryl, e ha nadega toda timta daquela timtura preta, e o al todo de sua propria cor; outra trazia ambolos jiolhos com has curvas asy timtas, e tambeem hos colos dos pees; tambeem amdava hy outra mulher mosa com menino ou menina no colo, atado com hum pano nom seey de que ahos peitos, que nom lhe parecia senom has perninhas; mas as pernas da may, e o hal nom trazia nehuum pano."

Era de algodão. Os botânicos informam que o Gossypium arboreum e o Gossypium herbaceum são originários da Índia e do Egito; respectivamente, e que o Gossypium barbadense é das Américas. Von Spix e von Martius inserem abundantes informações, na sua Reise in Brasilien sobre o cultivo do algodão no nosso país. Quanto aos dados gerais, dali extraímos os seguintes: "O gênero do algodoeiro pertence ao mesmo gênero cujo cultivo está mais espalhado sobre a terra; encontra-se este não só em toda parte dentro do Trópico do Câncer, mas na América do Norte se estende até aos 40° de latitude; na Sicília (particularmente nas costas de Mazzara), até aos 38°; em algumas zonas de Nápoles e de Espanha, até ao 41°; e na mesma latitude se encontra na Ásia Menor, na Pérsia, China e Japão; no hemisfério meridional, prospera a preciosa planta na província do Rio Grande do Sul, do Brasil, segundo Aug. de Saint-Hilaire, até aos 31°; e no cabo de Boa Esperança e em diversas regiões da recente colônia de Nova Holanda, até latitude muito mais meridional. Estas considerações emprestam às notícias sobre essa espécie de cultura especial interesse e seria oportuno citar os mais importantes dados sobre a cultura do algodoeiro no Maranhão, e compará-lo com o de Pernambuco, cuja descrição devemos a um prático fazendeiro, Manuel Arruda da Câmara". Esse Manuel Arruda