A partir de 1550, começaram a concentrar-se tais povoadores, graças ao apostolado do Padre Leonardo Nunes, homem de larga visão e pulso firme. Conseguiu ele que esses cristãos "se ajuntassem todos em um lugar e fizessem uma ermida".(14) Nota do Autor
Deve ser esta capela a mesma que o Governador Tomé de Sousa encontrou, sob a invocação de Santo André, quando predicou em vila (1553) o povoado de João Ramalho(15), Nota do Autor dando-lhe o nome de Santo André da Borda do Campo. A exemplo do que acontecia no litoral, ia-se regularizando o povoamento das terras de Serra acima, sob a autoridade do "Fronteiro do Campo" - João Ramalho, que teve primeiramente a função de Guarda-Mor da região, outorgada por Martim Afonso, e depois o título e poderes de Alcaide-Mor da vila de Santo André. No entanto, o principal fator dessa regularização seriam, pouco depois, os Jesuítas fundadores do Colégio de São Paulo.
Se bem que os padres visitassem Santo André, para dar assistência aos seus habitantes, motivos de dissensão havia entre estes e aqueles. Habituados à vida livre, estranhavam os colonos a disciplina moral pregada pelos religiosos; contidos na atividade escravizadora pelos catequistas, que se lhes antepunham, como defensores do índio, não escondiam o seu rancor contra os soldados da Companhia de Jesus.
Todavia, parece-nos mais exato não exagerar essa animadversão. Tanto assim que, de Santo André para o vilarejo do São Paulo jesuítico, não tardou que se transferissem habitantes brancos, como testemunhou Nóbrega;(16) Nota do Autor e o próprio João Ramalho, por cioso que fosse de sua autoridade e prestígio entre os índios e brancos do planalto, não regateou serviços à obra de cristianização e civilização dos íncolas, de colaboração com os poderes civis e eclesiásticos, segundo o depoimento do mesmo Nóbrega.(17) Nota do Autor
Os dois povoados acabaram por se fundir num único, com a transferência da sede do município de Santo André para o lugar onde se erguia o Colégio de São Paulo, por determinação do Governador Mem de Sá, em 1560. Causas várias concorreram para a adoção dessa medida: a necessidade de concentrar os povoadores do planalto, aumentando-lhes a força e a