regional. Alguns, porém, foram de âmbito nacional. Ante a constatação deste fato, algumas perguntas se impõem: Por que motivo foi a cidade de São Paulo a principal beneficiária desse ciclo industrial paulista e não outra cidade do Estado? Como explicar a maior importância do parque paulistano comparativamente com o de outras grandes cidades brasileiras - Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre ou Belo Horizonte?
Tais perguntas nos levam a procurar, em fatores de natureza puramente geográfica, a indispensável resposta.
Na cidade de São Paulo nota-se uma evidente preferência no que concerne à localização de suas principais indústrias: em sua maior parte, encontram-se em áreas de suave topografia, bem próximo ou mesmo nas várzeas enxutas do Tamanduateí e do Tietê. Tal preferência está intimamente ligada aos traçados das vias férreas, que atravessam a metrópole paulista exatamente naquelas áreas de baixos níveis.
De fato, os trilhos da E. F. Santos-Jundiaí acompanham as várzeas do Tamanduateí e do Tietê, ao passo que os trilhos da E. F. Sorocabana e da E. F. Central do Brasil aproveitam a várzea ou os terraços marginais do Tietê. Ali construíram suas estações, suas oficinas e os grandes armazéns para a carga e a descarga de mercadorias. Nada mais natural, portanto, que os estabelecimentos fabris procurassem aproximar-se o mais possível dessas linhas vitais da circulação terrestre, que põem a cidade de São Paulo em contato com o porto de Santos, com o rico hinterland paulista e com a capital da República, a par de outro motivo poderoso - o preço mais baixo dos terrenos em tais áreas, quase sempre impróprias para a instalação de bairros puramente residenciais.
Todavia, tais explicações não são completamente satisfatórias, porque os fatos apontados constituem efeitos da industrialização e não as causas do fenômeno. Na verdade, o que mais nos interessa saber é se o sítio urbano teria oferecido condições geográficas especiais, suficientes para justificar a escolha da cidade como centro industrial. E a resposta à pergunta, que em tal sentido viesse a ser formulada, só poderia ser negativa, uma vez que o sítio da capital paulista, em si mesmo, nada apresenta de particular no sentido de justificar a admirável eclosão da indústria paulistana.