A cidade de S.Paulo (estudos de geografia urbana) V.03

dificuldades de comunicações), mas em pleno florescimento a partir de 1940-50. Seu traçado é inorgânico, inteligentemente adaptado à topografia de colinas; as ruas são arborizadas e estão hoje pavimentadas a asfalto; as residências que ali se encontram podem ser comparadas com as de outros "bairros-jardins", pois a maioria de seus habitantes pertence às classes mais favorecidas.

Em continuação, surgem dois núcleos bem diferentes: a Vila Leopoldina e a Vila Hamburguesa, situadas sabre terraços fluviais, com planos geométricos, áreas residenciais modestas, habitadas sobretudo por operários, entre os quais muitos provêm da Europa Central ou descendem de elementos dali originários. Embora estreitamente ligadas à Lapa propriamente dita, tem um pequeno núcleo comercial, concentrado na Rua do Corredor (Vila Leopoldina).

Outras "vilas" menores, tipicamente operárias, sucedem-se no rumo do Tietê: Vila Ribeiro de Barros e Vila dos Remédios.

Para Oeste, encontra-se um verdadeiro bairro da Lapa: é o Anastácio ou Vila Anastácio, assentado sabre um terraço e circunscrito por um antigo meandro do Tietê, hoje estrangulado. Trata-se de importante núcleo residencial operário, bastante individualizado, cuja vida local gira em torno de pequena praça e da Rua Bartolomeu País.

No rumo do Sul e de Sudeste, outras "vilas" aparecem, alojadas numa topografia bastante atormentada - a Vila Augusta, a Vila Ipojuca e a Vila Argentina, que se veem prolongadas, para Leste, pelo Bairro Siciliano, localizado ao Sul da Vila Romana. A mais importante, pois constitui uma espécie de "centro" de todas elas, é a Vila Ipojuca, a primeira que ali se formou.

São vilas habitadas, em geral, por operários (a maioria de origem italiana, húngara, polonesa, lituana, etc.), que vivem em modestas casas térreas, de tipo padronizado, geminadas muitas vezes. Inúmeras de suas ruas não são calçadas e não dispõem de melhoramentos urbanos essenciais.

Por isso mesmo, destacada é a função residencial dessa porção ocidental da capital paulista, que congrega nada menos de 4% da sua população total. Os que ali vivem trabalham

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