na própria Lapa ou em suas "vilas", embora a maior parte se desloque pela manhã rumo ao centro e para outros bairros industriais, para regressar à hora do almoço ou simplesmente ao anoitecer - o que explica a intensidade do tráfego em suas vias de ligação, os bondes, ônibus e trens suburbanos sempre superlotados. Concentrando uma elevada população operária e de classe média, ao lado de uma evidente minoria mais abastada, a região da Lapa reflete, nos tipos de habitação, os contrastes existentes nos 120 mil paulistanos que ali residem.
Daí as residências pequenas e padronizadas das numerosas "vilas" satélites; as de tipo médio que caracterizam certos setores, como a Vila Romana; e as de tipo fino, com certo gosto arquitetônico e belos jardins, de muitas ruas do Alto da Lapa e da Rua Barão de Jundiaí (lado ímpar).
Entretanto, sob muitos aspectos, e a função industrial que dá à Lapa um traço marcante, colocando-a entre as mais importantes áreas fabris da metrópole paulista. Quase duas centenas de estabelecimentos industriais aparecem ali, concentrados principalmente na Lapa propriamente dita e na Vila Romana, onde dois grupos de indústrias se destacam de modo muito nítido: as indústrias metalúrgicas (metalurgias, ferragens, fundições, manufatura de ferro e aço, etc.) e as indústrias têxteis e conexas (meias, jerseys, fiação e tecelagem, malhas, passamanarias, etc.), que correspondem a cerca de 50% de seu parque industrial. O restante se distribui entre outras atividades muito diversificadas (artefatos de couro, brinquedos, fósforos, borracha, madeira e mobiliário, adubos e produtos químicos, cerâmica e conexos, produtos alimentares, etc.).
Os terrenos mais baratos da várzea e dos terraços baixos, a par da presença de duas vias férreas - a "Sorocabana" e a "Santos-Jundiaí" e da facilidade de mão de obra foram, inegavelmente, fatores de capital importância para o aparecimento e o desenvolvimento dessa função industrial. Mais recentemente, outros fatores vieram contribuir para seu fortalecimento, sobretudo a abertura de novas vias de trânsito (como a Rua Clélia, que atinge o cruzamento das Avenidas Pompeia e Conde Francisco Matarazzo) e a retificação do rio Tietê (que veio permitir o aproveitamento de extensas áreas até bem pouco tempo castigadas pelas inundações periódicas).
Daí a quantidade de estabelecimentos localizados nas proximidades das ferrovias, muitos dos quais com desvios ferroviários próprios,