nivelado na altitude média de 800m e sem obstáculos intransponíveis.
Referindo-se à localização da área suburbana de São Paulo, em 1945, escreveu AROLDO DE AZEVEDO(1) -Nota do Autor estas palavras, que julgamos útil aqui transcrever:
"... a área suburbana estende-se em um raio muito variável através da Bacia terciária de São Paulo, e, mesmo, chega a ultrapassar os seus limites. Para o Norte, por exemplo, a influência da metrópole é bem menor e cessa a uns 10km do seu centro; é a zona da Cantareira, que tem na serra do mesmo nome uma barreira natural a dificultar a expansão. Para outras direções, a influência da cidade já vai bem mais longe, porque pode dispor de vias naturais de acesso, constituídas pelos vales fluviais; é o que vemos no vale do Tietê e no de seus afluentes, sobretudo o Pinheiros e o Tamanduateí. Tais passagens naturais, sem obstáculos de monta, foram muito bem aproveitadas pelo homem, que nelas construiu suas estradas, de ferro e de rodagem, atraindo o povoamento e prolongando a influência da metrópole. Isto explica que para Leste como para Oeste a zona suburbana se estenda num raio de 25 e 30km, penetrando nos municípios vizinhos (Santo André, Mogi das Cruzes, Guarulhos, Santana de Parnaíba, Cotia, Itapecerica da Serra), que se veem assim atraídos para a órbita da Pauliceia. Nessa direção, a expansão paulistana pode ser considerada ilimitada e, com o tempo, não nos deveremos admirar de que muitas das cidades que hoje ali existem sejam transformadas em núcleos satélites e, sem dúvida, incluídas na categoria de subúrbios de São Paulo. Já o mesmo não acontece para o Sul, onde as grandes represas construídas pela Light and Power e a escarpa da Serra do Mar constituem barreiras a dificultar a marcha da metrópole".
Daquele ano até nossos dias, poucas foram as alterações sofridas pela área suburbana, no que se refere aos seus limites. Com exceção da região de Santana de Parnaíba (que não nos parece poder ser incluída entre os subúrbios paulistanos, em virtude do isolamento em que se acha relativamente à capital, quer devido à topografia, quer devido aos meios de comunicação), as demais áreas citadas viram acentuadas as suas características de subúrbios da capital paulista, tornando-se mais ligadas à vida da metrópole.
No que se refere às mais típicas funções desses subúrbios, coube também àquele mesmo autor identificá-las com precisão, ao realizar os primeiros estudos sobre o tema, em 1943.