nos derradeiros anos, refletindo o admirável surto da metrópole de que faz parte.
Em 1940, Poá era um simples distrito do Município de Mogi das Cruzes, não tendo mais do que 4.922 habitantes, dos quais 1.455 viviam nas zonas urbana e suburbana dos dois núcleos ali então existentes - o de Poá e o de Ferraz de Vasconcelos. Registrava-se, como se vê, o predomínio da população rural (3.467 habitantes).
Pelo recenseamento de 1950, a situação inverteu-se. Transformou-se em município (que continha dois distritos - o de Poá e o de Ferraz de Vasconcelos), possuía um total de 11.697 habitantes, dos quais 8.508 viviam no distrito da sede. Destes últimos, nada menos de 6.080 habitantes estavam localizados em suas zonas urbana e suburbana, correspondendo os restantes 2.428 a zona rural. Verifica-se, por conseguinte, que em apenas dez anos a população absoluta aumentou quase duas vezes e meia, ao passo que a população do núcleo urbano deve ter aumentado de cerca de seis vezes.
Atualmente, não há exagero em estimar-se uma população urbana de dez mil habitantes para Poá.
O crescimento de Poá a partir de 1940 resulta, antes de mais nada, da sua função residencial, pois é, inegavelmente, um dos "dormitórios" da Pauliceia. Sentimo-la sobretudo quando se constata o movimento de passageiros, nas primeiras horas da manhã e às primeiras horas da noite, em sua pequena estação ferroviária; cerca de 1.200 pessoas por ali transitam, diariamente, em média, utilizando-se dos 25 trens que a "Central do Brasil" faz passar, cada dia, pela Linha-tronco, no percurso São Paulo-Mogi das Cruzes. Mas há ainda os que embarcam e desembarcam em Calmon Viana, como os que utilizam as linhas de ônibus, que ligam a cidade à capital e aos núcleos urbanos vizinhos. Além disso, outra explicação não haveria para justificar a constante expansão da área urbanizada, onde as construções novas podem ser encontradas em número sempre crescente.
Essa função residencial se destaca apesar dos múltiplos problemas que afligem os seus moradores, em particular a inexistência de água encanada (o que obriga ao uso de poços, presentes em cada uma das residências) e de uma rede de esgotos (em parte sanada pelo sistema de fossas, embora com graves prejuízos para a saúde da população, pois inúmeras delas se acham em contato com os lençóis freáticos).
Ao contrário de Itaquera, Poá possui uma função industrial de certo destaque, sobretudo em virtude dos importantes