O Quilombo dos Palmares

quilombo de Manuel Congo, em Pati do Alferes. O Mocambo, contra o qual marcharam as forças do Mestre de Campo Martim Soares Moreno, certamente não escapa à explicação geral, em vista da lentidão com que se recuperou a economia baiana depois da invasão holandesa.

Os quilombos tiveram, pois, um momento determinado. O desejo de fuga era certamente geral, mas o estímulo à fuga vinha do relaxamento da vigilância dos senhores, causado, este, pela decadência econômica. E, por outro lado, os quilombos se produziram nas regiões de maior concentração de escravos, de preferência durante as épocas de maior intensidade do tráfico.

Quanto aos negros crioulos, utilizaram outras maneiras de fugir ao "rigor do cativeiro" - passaram à luta aberta, como na balaiada, justiçaram os senhores, como nas fazendas fluminenses, ou buscaram a liberdade nas cidades.

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Os ajuntamentos de escravos fugidos não tinham, em si mesmos, caráter agressivo: os negros viviam "tranquilamente" nos seus mocambos, como dizia a parte oficial sobre a destruição do quilombo da Carlota. O do Urubu, por exemplo, que serviu de pista para o desmantelo policial do levante malê de 1826, foi descoberto acidentalmente por um capitão de mato, que explorava as florestas de Pirajá.

Embora os documentos do tempo falem sempre em "assaltos" e "violências" dos quilombolas nas regiões vizinhas, tudo indica que sob essas palavras se escondiam pretextos inconfessáveis para as expedições de captura de negros - e de terras. Por certo houve incidentes sangrentos, uma ou outra vez, na fronteira entre a sociedade

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