O Quilombo dos Palmares

diamantes em Minas Gerais e com a insatisfação econômica reinante na região, que mais tarde produziriam a Inconfidência. E o quilombo da Carlota coincidiu com a exaustão das minas de Mato Grosso, de tal modo que as expedições que o destroçaram tinham também a missão de "buscar alguns lugares em que houvesse ouro", a fim de obviar "a atual falta de terras minerais". Os quilombos do Rio Vermelho e do Itapicuru, na Bahia, destruídos, o primeiro pelos capitães Francisco Dias de Ávila e João Barbosa de Almeida, o segundo pelo coronel Belchior Brandão, foram consequências remotas da tomada da capital do país pelos holandeses. Quanto ao quilombo do Orobó, em terras então sob a jurisdição da vila de Cachoeira, devastado pelo capitão-mor Severino Pereira, e ao quilombo de Malunguinho, nas matas do Catucá, perto do Recife, que arrostou por cerca de oito anos os assaltos da tropa, não muda muito a situação. Era geral a penúria no interior baiano na segunda metade do século XVIII, - nesse período ocorreu a "revolta dos alfaiates", a Inconfidência baiana, - enquanto, para situar o quilombo de Malunguinho, basta lembrar as sucessivas rebeliões, progressistas e saudosistas, que sacudiram a província de Pernambuco a partir de 1817, prolongando-se até 1849.

Outros quilombos menores chegaram atrasados, no momento em que a massa escrava já se valia de formas superiores de luta contra o cativeiro. Quando os negros malês passavam francamente à insurreição, na Bahia, em ondas sucessivas (1806-35), outros grupos reuniam-se no quilombo do Urubu, em Pirajá. E, quando os negros, com os camponeses pobres, promoviam o grande levante da balaiada no Maranhão (1839), florescia o quilombo do Cumbe, sob a direção de Cosme, um dos chefes do movimento.

As agitações populares na Corte, como parte da revolução da Independência, deram a possibilidade para o

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