Oliveira Lima, em notas à 3ª edição da História da revolução de Pernambuco em 1817, de Francisco Muniz Tavares; o embaixador Hildebrando Accioly, em O reconhecimento do Brasil pelos Estados Unidos da América.
No Arquivo Histórico do Itamaraty encontra-se, a respeito da vinda ao Brasil da escuna norte-americana Pinguim, documento muito sintomático do interesse de Gonçalves da Cruz pelo caso desse corsário. É um requerimento de 25 de janeiro de 1830, para que a Secretaria do Império certificasse o que constava do anexo ao ofício nº 93, de 15 de outubro de 1818, pelo juiz da alçada de Pernambuco, Bernardo Teixeira Coitinho Alves de Carvalho, dirigido ao então governador da capitania da Bahia, conde da Palma. Com despacho do marquês de Caravelas, titular daquela pasta, e assinatura do funcionário Luis Joaquim dos Santos Marrocos, foi concedida a desejada certidão, de que consta o seguinte:
"Os rebeldes fugidos para a América Inglesa, de união com José Bonaparte, cuidam em meter no Brasil revolucionários e principalmente nesta capitania e vizinhas. Quando aqui cheguei tinham introduzido no Rio Grande do Norte quatro franceses, que já foram para Lisboa, como Sua Majestade mandou(14) Nota do Autor. Em o dia 10 deste mês entraram na baía da Traição, capitania da Paraíba do Norte, sete, com o título de marinheiros, e um bote, dizendo que se salvaram nele do naufrágio que sofrera o navio americano em que vinham de Gibraltar, e que nesta praça se tinham posto editais que diziam que Napoleão fugira de Santa Helena. Logo que me deram parte disso, averiguei e achei que era falsa a notícia da fugida, e conjeturando que eram homens lançados em terra de propósito, escrevi que os prendessem, e mos remetessem, e posto que ainda não pude perguntar todos, já dos perguntados tenho a confirmação da falsidade da fugida de Napoleão, e a certeza de que vieram de Nova York, em uma escuna, para Gibraltar, a qual saiu com oito peças de artilharia, muita pólvora e bala, com os mais petrechos, e alguma carga, a qual deixaram em Gibraltar, e seis peças de artilharia, trazendo o resto e outra carga para a cidade da Bahia, e de que o capitão...(15) Nota do Autor na altura da Paraíba do Norte meteu estes sete homens em um bote, dando-lhes bolacha, carne, aguardente e água, os quais, depois de 24 horas, saltaram em terra na baía da Traição dizendo que o navio havia naufragado e contando aquela notícia para serem bem-tratados. Os mesmos homens dizem que a escuna tem o nome de Pinguim e as frisas pintadas de branco, e que o capitão