Vultos do Império

se chama Archd Tailor; que obrigaram o capitão a largá-los, e que ele somente levara para essa cidade(16) Nota do Autor 11 pessoas, porque a escuna soente trazia 18. V. Excia., se a escuna aí estiver, pode-a fazer examinar."

Mais adiante, acrescentou o juiz da devassa, nessa comunicação datada de

"Pernambuco, 22 de fevereiro de 1818: Penso que os homens mentem em dizer que obrigaram o capitão a lançá-los no bote, que este capitão é um corsário que traz alguma carga para poder disfarçar-se, e que mandou para terra estes homens segundo a recomendação e ajuste dos rebeldes que estão na América, por achar que pode meter outros para o lugar deles, onde quiser. Se na averiguação que se fizer achar que o dito capitão é corsário ou pirata, peço a V. Excia. me dê parte, porque não deixo soltar os homens antes de a receber."

Embora não seja o Cabugá citado nessa informação, sabia-se ter sido ele o agente dos revolucionários pernambucanos que nos Estados Unidos da América promoveu a vinda ao Brasil da escuna Pinguim, de acordo com a autorização de Domingos José Martins para que interessasse corsários estrangeiros em eventuais hostilidades a navios do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, podendo, inclusive, apresá-los.

Carta de Manuel de Carvalho Pais de Andrade

Entre os rebeldes pernambucanos de 1817 que conseguiram escapar para o estrangeiro inclui-se Manuel de Carvalho Pais de Andrade, que depois, em 1824, tornar-se-ia o chefe da efêmera Confederação do Equador.

De Londres, onde se encontrava, escreveu a Antônio Gonçalves da Cruz, para Filadélfia, uma carta que este anotou ter recebido a 15 de outubro de 1818.

Nela mencionou não ter encontrado, na capital inglesa, qualquer apoio por parte de Hipólito José da Costa, que ali redigia a revista Correio Brasiliense ou Armazém Literário.

Como Domingos José Martins, também Carvalho não sabia usar a segunda pessoa do plural, conforme oficialmente tentaram adotar, com caráter exclusivo e obrigatório, os revolucionários pernambucanos.

Interessante retificação histórica é a nessa carta relativa ao perdão, que de acordo com o depoimento do próprio Carvalho, para ele solicitou sua família - ao contrário da falsa versão

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