O Cônsul norte-americano Ray
Quando aludimos à ação de Cruz como agente, nos Estados Unidos, dos revolucionários pernambucanos de 1817, citamos o nome do cônsul norte-americano no Recife, José Ray, que nessa cidade não só acolheu franceses bonapartistas aportados ao Rio Grande do Norte, acusados de planejarem a fuga de Napoleão da ilha de Santa Helena, como depois protegeu, pelos meios ao seu alcance, pessoas envolvidas não só naquela revolução como na Confederação do Equador, de 1824, o que deu motivo, aliás, à sua forçada saída do Brasil.
Já erroneamente se tem escrito que a nomeação do referido agente consular para servir em Pernambuco teria sido obtida por intermédio do Cabugá(27) Nota do Autor. Não pode isso ter ocorrido, pois cronologicamente se comprova que figura entre os documentos a este relativos, existentes no Arquivo do Departamento de Estado, em Washington, uma "Carta de crença do Governo Provisório, acreditando o norte-americano Bryan, negociante no Recife e sócio do cônsul Joseph Ray" - conforme comunicação ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1886, feita por José Augusto Ferreira da Costa, como consta de sua Revista. A correspondência oficial de Ray, de acordo com a opinião de Ferreira da Costa, se não traz "nova luz" sobre a rebelião de 1817, interessa por evidenciar sua participação em acontecimentos dela resultantes(28) Nota do Autor.