Vultos do Império

Espero pois, que vós, empregando quanto valeis, ou mister seja, façais este serviço à nossa Augusta Ordem.

Recomendando fervorosamente ao Supremo Arquiteto do Universo vossa virtuosa vida e memoráveis serviços, eu vos abraço e tributo minha cordial afeição, como quem preza ser

vosso obediente discípulo e fiel irmão Asínio, cavaleiro Rosa-Cruz.

Feita na Câmara do Maior Silêncio, ao Oriente de Pernambuco, aos 7 do 7º mês, ano da luz 5825."(37) Nota do Autor

Pernambuco político em 1829

Depois de sua volta de Filadélfia para o Brasil, encontrando-se no Rio de Janeiro, aqui teria Gonçalves da Cruz travado relações com personalidades que se envolveriam em acontecimentos políticos de fins do Primeiro Reinado. Uma delas seria José Joaquim Vieira Souto, que, com seu cunhado Antônio José do Amaral(38) Nota do Autor, como ele professor da Imperial Academia Militar, foi um dos redatores de importante jornal oposicionista da época, A Astreia. Indo aquele a Pernambuco, do Recife escreveu ao Cabugá a seguinte carta, que contém interessantes informações sobre a existência e o funcionamento naquela província, em 1829(39) Nota do Autor, da sociedade secreta a que chama Coluna do Império Constitucional, e que, apesar do nome, visaria promover a volta do absolutismo ao Brasil:

"Recife, 6 de maio de 1829.

Ilmo. sr. Antônio Gonçalves da Cruz

Eu já tinha escrito a V. S. por via do Correio quando aqui cheguei, participando-lhe de ter na sua desgraçada Pátria um criado e amigo que com muita satisfação se dará ao cumprimento de suas ordens; ao tempo em que o seu patrício Barros, irmão do meu camarada engenheiro Sebastião do Rêgo Barros(40) Nota do Autor me remeter as cartas recebidas de V. S., que com tão cordial lembrança de um amigo ausente teve a bondade de ir pessoalmente buscá-las à minha casa.

Vultos do Império - Página 32 - Thumb Visualização
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