apagar todos os vestígios com a imposição de maior silêncio sobre aqueles fatos que importavam numa afronta e desrespeito à realeza bragantina.
Ficaram, apenas, da inconfidência de 1798, amarelecendo nos arquivos, injustificadamente repartidos entre a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do Estado, os autos da devassa e sumário dos seus partícipes, em cinco códices, dos quais, apenas dois se acham na Bahia.
A Biblioteca Nacional publicou nos seus anais, em 1929 e 1931, integralmente, a parte que retém desse processo, achando-se a da Bahia, afora algumas peças, completamente inédita.
É bem possível que o pouco interesse e erros dos historiadores sobre a conjuração baiana, de muito maior projeção política e social que a mineira, como verão os nossos leitores, sejam resultantes do inqualificável e criminoso resguardo em que até há pouco foi mantida a documentação judiciária a que nos referimos, fonte única - verdadeira e positiva - dos acontecimentos que encerraram o século XVIII.
Não se trata de um motim de quartéis, uma inquietação de descontentes ou levante de escravos, mas de trabalho lento, persistente, de massas doutrinadas, conscientes, proclamando como pretendida finalidade "as melhoras física, intelectual e moral do maior número", de que Saint Simon,