A primeira revolução social brasileira

redobrava de esforços, no sentido de arredar o estrangeiro e neutralizar as suas ideias, agindo com pertinácia, às vezes com violência, apagando com sangue os focos de anarquia, cujas labaredas eram pressentidas.

Mais que todas, a França, que atirava o cartel de desafio às casas reinantes da velha Europa, ameaçando, com o facho da república e da liberdade, incendiar o mundo e destruir os tronos, preocupava Portugal, enchendo-o de cuidados pela sorte das suas cobiçadas colônias de ultramar. Combateu-a com ardor, pelas armas; hostilizou com denodo as suas ideias, apreendendo-lhe os livros. Foi incansável e inexorável. E sobravam-lhe razões para isso. Ainda em 1811, já consolidado o reinado da América, agentes de Napoleão aportavam ao Brasil, sempre descobertos e presos pela intendência de polícia do rei, como se verificou na cidade do Salvador com o emissário que trouxe o bergantim americano Peter Aper.

Não é, pois, de admirar que o movimento social baiano, que melhor seria chamarmos de revolução proletária, atendendo ao ambiente de operários, artesãos e soldados que a propagavam e orientavam, doutrinados sob os princípios políticos, socialistas e irreligiosos de França, tivesse, da Coroa, punição rigorosa com o castigo cruel dos elementos mais em evidência, visando

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