O problema nacional brasileiro: introdução a um programa de organização nacional

e para a especulação. Esta tendência apresenta-se, entre nós, como a forma de uma circulação social e econômica, não só irregular, mas aleatória e viciosa. A sorte do brasileiro que confia, ainda, no labor do seu braço e no esforço do seu espírito é um bilhete de loteria, pendente do arbítrio governamental, de negócios fictícios e de transações imorais que o inflacionismo e erros da nossa orientação econômica e da nossa educação social fizeram indústrias preferidas em nossa sociedade.

Fazer fortuna é o programa de todos; vencer, custe o que custar, o lema em prestígio. Como? Por todos os meios, processos e caminhos aptos para conduzir ao êxito. A escolha não é livre. O estalão, uma vez decretado, pela ditadura da fortuna, os espíritos gravitam em torno dele. O homem não tem por destino ser herói, nem ser mártir. Para conservar a integridade do caráter, em sociedades selecionadas pelos caprichos do azar, é preciso possuir ânimo de atleta moral.

A sociedade faz o indivíduo; o caráter e o valor são, normalmente, determinantes das tendências, sobre um caudal de energias; quando há ordens na sociedade, cada onda é feita do concurso das correntes individuais; na anarquia, as ondas são feitas dos ímpetos e dos saltos acrobáticos dos

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